A lista de ingredientes do rótulo
A lista de ingredientes presente no rótulo de produtos alimentares é a primeira coisa que olho. E por isso é também a primeira leitura que recomendo que façam.
A melhor forma de sabermos como o produto é constituído é pela sua lista de ingredientes, porque nos diz quais os ingredientes presentes no mesmo, desde alimentos, a conversantes, estabilizadores…
Então vamos lá perceber melhor isto, até porque algumas vezes existem ingredientes estranhos certo?
Existem regras certo?
Na União Europeia é obrigatório que todos os ingredientes venham mencionados, incluindo até a água!
A ordem porque os ingredientes surgem é sempre igual: sempre por ordem decrescente, ou seja, do ingrediente em maior quantidade, para o em menor-
Para além disso, existem regras concretas para os ingredientes com potencial alergénico, bem como para os adoçantes, aromas e organismo geneticamente modificados.
Ingredientes com potencial alergénico
Todos estes ingredientes têm de vir mencionados a negrito.
Cereais com glúten (trigo, centeio, aveia, cevada, espelta, kamut)
Crustáceos
Ovos
Peixe
Amendoins
Soja
Leite
Frutos secos (amêndoa, avelã, caju, noz…)
Aipo
Mostarda
Sementes de Sésamo
Dióxido de enxofre e sulfitos em concentrações superiores a 10 mg/kg ou 10 mg/litro
Para além destes ingredientes em concreto, os seus derivados também têm de vir mencionados a negrito. Por exemplo, o trigo hidrolisado que derivada do cereal em si é também salientado a negrito.
Ingredientes “estranhos”
Tal como disse anteriormente, existem muitos ingredientes que vêm especificados e não sabemos o que são.
Gosto muito daquela máxima que diz: “não comas nada que não saibas pronunciar”. Mas mesmo assim precisa de ser certo q.b.
Primeiro porque existem palavras difíceis de pronunciar e não significa que sejam necessariamente más (hehehe) mas também porque hoje em dia o desenvolvimento da ciência e da indústria alimentar permitem-nos ter produtos de melhor qualidade exatamente por causa de alguns destes ingredientes.
Por isso, sou super apologista de alimentos pouco processados e quanto menos desembalarmos melhor (para o ambiente inclusive), mas não significa que vamos morrer por causa de algum destes ingredientes, até porque estão TODOS legislados!
Alfarroba
A alfarroba resulta das vagens da alfarrobeira, uma fruta bem típica do sul de Portugal.
A polpa desta fruta é usada como alternativa ao chocolate.
Às sementes extrai-se a goma da alfarroba para ser utilizada como emulsificante, estabilizante e aditivo alimentar agente gelificante (E410).
Utilizada em confeitaria, bebidas e produtos de panificação.
Carragenina
Um hidrato de carbono naturalmente presente em algas vermelhas.
Utilizado como aditivo alimentar gelificante, espessante ou estabilizante (E407).
Encontrado em sobremesas, molhos e carnes processadas.
Goma Guar
É um hidrato de carbono extraído do feijão guar.
Aditivo alimentar espessante e estabilizador (E412).
Utilizada em gomas de gelatina, sorvetes e molhos para saladas.
Óleo vegetal hidrogenado
Este é o nome geral dado a um conjunto de óleos que foram convertidos ao estado sólido ou semi-sólido através de uma hidrogenação (se pensarem bem os óleos são líquidos à temperatura ambiente, como o azeite).
O senão destes óleos é que durante a hidrogenação são formados ácidos gordos trans que são prejudiciais para a saúde (os óleos parcialmente hidrogenados é que têm esta gordura trans,).
Procurar por hidrogenado ou parcialmente hidrogenado na lista de ingredientes é uma dica.
Óleo de girassol, soja, granola são alguns exemplos.
Proteína vegetal hidrolisada
Tal como o nome indica é uma proteína de origem vegetal, como o milho, soja, trigo, ervilha, arroz… Que foi fracionada nos seus aminoácidos (quando combinados foram a proteína) através de uma hidrólise.
Utilizada como aromatizante em produtos salgados
Lecitina
É uma gordura presente nos grãos de soja, gema de ovo e óleo de girassol.
Aditivo alimentar emulsificante (E322).
Encontrada em chocolates, molhos para saladas e sobremesas congeladas.
Amido
É um hidrato de carbono presente naturalmente em grãos, raízes e leguminosas. A partir do amido podemos obter outros produtos:
Dextrina e maltodextrina
Resulta da quebra do amido. Normalmente com origem no milho, trigo ou batata.
Utilizado para enchimentos e espessantes.
Doces, sopas instantâneas, alimentos dietéticos.
Xarope de glicose frutose
Tal como o nome indica tem uma boa dose de glicose (açúcar).
Utilizado como adoçante para produtos de confeitaria e refrigerantes.
Amidos alimentares modificados
Usados como espessantes, estabilizadores, agentes gelificantes, aglutinantes ou emulsificantes.
Em molhos, molhos, sopas, pratos ultracongelados e confeitaria.
Polióis
São conhecidos como substitutos do açúcar, os adoçantes.
Alguns existem naturalmente em certas frutas como o sorbitol na maçã e na pêra. Os mais utilizados na indústria são o Sorbitol, Manitol, Maltitol, Isomaltol, Lactitol, Xilitol e Eritritol.
Para além de substitutos de açúcar podem atuar como agentes de volume, emulsificantes, espessantes e agentes anti aglomerantes.
Encontrados em produtos sem açúcar, sem adição de açúcares ou com açúcares reduzidos, em produtos light e pastilhas elásticas.